quinta-feira, 27 de maio de 2010

Uma manhã de descobertas





Como boa paulistana que sou, decidi fazer o teste do novo trecho do metrô. Em tese, essa nova linha facilitará minha chegada ao trabalho. A promessa era fazer o trecho em menos de quatro minutos. De ônibus levo cinco vezes mais. Todos que estavam indo para a estação Paulista pareciam cronometrar o tempo. Comigo não podia ser diferente. Marquei no relógio a hora que entrei na estação, o tempo que levei para chegar até a plataforma (são muitas escadas para descer. Se não me engano, seis lances) e o tempo do trajeto.
A modernidade paira no ar. Portas antissuicídio, trem sem condutor, catracas com sensor de presença e, é claro, o que mais interessa aos paulistanos: economia de tempo. E apesar de tudo isso, o que mais me chamou a atenção foram dois largos sorrisos cruzando o vagão em que eu estava. Eram um avô e seu neto. Ambos descobrindo o novo, cada um a seu modo e em sua velocidade. O menino estava empolgadíssimo e dizia: “Vem vô! Olha só, não tem mais parede entre os vagões. Vamos andar por todo o trem”. O avô, que tinha certa dificuldade de se locomover, também explorava essa nova experiência. A expressão de fascínio era a mesmo nos dois rostos. E lá se foram eles prestando atenção em cada detalhe, até sumirem por entre os passageiros. Segundos depois chegamos ao destino final.
Eu esqueci de finalizar o cronômetro e cheguei a duas conclusões: 1. Todo mundo tem uma criança dentro de si, sempre disposta a explorar, conhecer, questionar, descobrir. 2. O tempo – na verdade a falta dele – nos faz sufocar essa criança e nos preocupar muito mais com os segundos a economizar do que com o que realmente importa. Cheguei atrasada no trabalho por conta do teste, mas feliz da vida!   

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Para qual maternidade eu vou?


Imagem: http://www.net-bebes.com/wp-content/uploads/2009/10/MaeIdeal.jpg

Sarah nasceu em agosto. Mas no início de junho o Gil e eu agendamos uma visita à maternidade onde ela nasceria. Além de saber mais sobre os especialistas, a estrutura e os melhores caminhos para chegar no local do nascimento, nós nos sentimos mais seguros. Natural, porque normalmente temos medo do desconhecido. Sabendo onde fica o que, que tipo de segurança o bebê vai ter, quais são os recursos necessários para garantir o bom atendimento para mãe e filho, fica muito mais organizado e tranquilo.

Esses dias, em uma conversa com a dra Teresa Uras, coordenadora da UTI Neonatal do Samaritano, foi levantada essa questão sobre a escolha da maternidade. Ela me disse que os pais estão muito preocupados com os hospitais super parecidos com hotéis com telões, salas de estar para receber os visitantes e uma linda vista. Mas esquecem do principal: a estrutura de alta tecnologia e equipe capacitada, caso ocorra algum inconveniente durante o parto. Isto é, suporte de uma UTI Neonatal e UTI para a mãe também. É claro que nunca pensamos que um momento mágico como o nascimento de um filho vá ter uma surpresa dessas, mas isso pode acontecer. O ditado é clichê, mas não deixa de ser verdade: melhor prevenir do que remediar.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A descoberta dos bichos


 Fotos: arquivo pessoal
 No domingo fomos ao zoológico. Foi a primeira vez do meu sobrinho Caio e de sua mãe, Paula. No caminho fizemos uma chamada oral básica perguntando que animais veríamos por lá. Ele, que está na fase “papagaio” se esforçou para repetir todos os nomes. Só faltou dromedário (Tá bom, pegamos pesado...rs). Depois de um treino para simular o rugido do leão, estávamos prontos para ver ao vivo tudo que se vê nos livros e na TV. O encantamento tomou conta tanto da mãe quanto do filho, já na primeira parada - a ilha dos macacos.
Enquanto os animais faziam suas micagens, Caio repetia: ma-ca-co, com um sorriso estampado no rosto. A cada parada uma nova surpresa, até que chegamos à casa dos animais mais aguardados: as girafas! Ele ficou encantado com as pintinhas e o tamanho, descrito por ele como “enoooorme”, acompanhado de um gesto levantando as mãos para mostrar o quanto elas eram grandes mesmo.
O leão, danadinho, estava dormindo. Assim como o hipopótamo. O rugido, quem deu foi o tigre siberiano, que parecia irritado com os acenos dos visitantes. Vimos como é a casa das formigas e a barulheira que as araras fazem – para mim, as preferidas. A arara azul estava tão imponente quanto da última vez que a visitei (há mais de 15 anos!). A última descoberta do Caio, antes de cair no soninho dos anjos, foi o almoço dos camelos: eles comem ma-to... Já em casa, ele narrou ao tio Flávio, que estava no Rio e não chegou a tempo de pegar o passeio, todos os bichos que viu lá.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fofinhos demais



Imagem: http://gizmodo.com/328771/upside+down-xbox-360-sofas-kill-fat-children


Reunir fast food, pouca (em geral, nenhuma) atividade física e horas na televisão, videogame ou computador resulta em crianças obesas. Isso é fato, no Brasil e no mundo. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) estima que o número de crianças obesas do Brasil cresceu 240% nas últimas duas décadas. Uma matéria publicada na Pesquisa FAPESP mostra que as mães não conseguem reconhecer seus filhos como obesos. Foram avaliadas 1282 crianças de 7 a 10 anos em Vitória, no Espírito Santo. Apenas 10% das mães reconheceram que seus filhos estavam acima do peso ou obesos. Certa vez, uma endocrinologista infantil me disse que essa epidemia de obesidade infantil está aí porque quem cuida das crianças é a “baba eletrônica” (no caso, TV, videogame e computador) e como ela é muito permissiva, refrigerante pode, pipoca de micro-ondas pode, bolachas e mais bolachas recheadas? Também pode. 

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes

 Imagem:  Andi

"Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes"
Lema do Comitê de Enfrentamento.


Ontem foi Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração contra Crianças e Adolescentes. Segundo dados da ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância), só nos quatros primeiros meses de 2010 já foram contabilizadas cerca de 4 mil ocorrências de violência sexual contra meninos e meninas. É uma realidade triste, que assombra. E a pergunta que me faço é: Porque não está estampada nas capas dos jornais ou revistas? Ultimamente o que se vê são denúncias de pedofilia entre padres, mas para por aí? Um artigo da diretora-executiva da ONG Childwood Brasil, Ana Maria Drummond, publicado na seção Tendências e Debates da Folha de ontem* afirma que a cobertura jornalística está, aos poucos, se qualificando. Para mim, ainda falta espaço para questões sociais e suas reflexões, enquanto sobra para outros temas...

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Porque o dia 18 de maio? Porque nesse dia, no ano de 1973, uma menina de oito anos foi raptada no Espírito Santo. Depois de uma série de atrocidades, ela foi carbonizada e os responsáveis nunca foram punidos. Há 10 anos a data foi escolhida como exemplo do que é preciso combater: impunidade, desrespeito, subjugação; e a favor dos direitos das crianças e adolescentes, melhores condições de vida, educação e por aí vai... 

* para ter acesso ao artigo na Folha Digital, é preciso ser assinante do jornal ou do UOL.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Curso de gestante



 Foto: http://www.gnomeandlotus.com/Pregnancy%20shots%20011.jpg

Hoje tive de fazer uma matéria sobre um curso de gestantes. Eu imaginava o que se aprende nesses encontros com base no que vi em filmes. O que me chamou a atenção é que os cursos vão além das informações básicas, como trocar fraldas ou posição correta para segurar o bebê na hora de amamentar. No curso sobre o qual escrevi que é oferecido por uma grande empresa, as gestantes ganham uma cartilha super completa que explica tudo o que muda no corpo ao longo dos nove meses, além de informações sobre o desenvolvimento do feto. Fiquei impressionada ao saber que aos quatro meses o bebê já boceja, aos seis abre os olhos e aos oito soluça! 


Como nem todas as empresas têm essas oportunidades, é possível fazer cursos individuais. Há maternidades que oferecem as aulas e até empresas especializadas. Para quem quer economizar, uma alternativa são os cursos virtuais. Achei um super bacana no site bebe.com  com a consultoria dos profissionais da maternidade do Hospital Albert Einstein. Só é preciso se cadastrar e acompanhar as aulas, disponibilizadas toda semana.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Voto consciente

Fiquei com receio de fugir do foco desse blog, mas pensei bem e não existe nada tão importante do que tomar atitudes que vão mudar o presente e o futuro dos nossos filhos. Às segundas-feiras, tenho o costume de ler Eliane Brum, repórter especial da Revista Época. Sempre vale à pena. Ela tem uma sensibilidade sem igual. Esta semana, fiquei chocada com o que li.

Ela levantou uma questão preocupante. Alguns políticos tentaram cercear o direito do filme Elite da Tropa 2 de mostrar no enredo a participação de deputados, vereadores, entre outros, nos crimes. (Só para constar: no filme, os autores traçam toda a linha criminosa em torno do tráfico de drogas, que tem a colaboração de políticos, pessoas que se dizem do bem, moradores do morro e de bairros elitizados. É estarrecedor!) Esses políticos querem voltar com a censura.

Eliane, então, questiona se lembramos em quem votamos e se acompanhamos o que os eleitos estão fazendo... sempre me questiono quanto a isso. E acho que vale à pena entrar no site da ONG Transparência Brasil para checar sempre que possível onde eles aplicam o nosso suado dinheiro e o que estão fazendo em benefício do nosso país. Não custa nada. Melhor ainda: não avaliar em que votamos custa o nosso futuro, dos nossos filhos e de outras milhares de pessoas.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sonho de ser mãe

Entre tantos filmes publicitários sentimentais que foram veiculados na tevê em comemoração ao Dia das Mães, um me chamou a atenção. Na hora, achei que esse comercial das lojas Renner tinha se destacado porque eu fico pensando em detalhes na publicidade (escrevo sobre isso), mas minha mãe também se emocionou. É sobre uma mulher que faz um teste de gravidez e começa a imaginar os momentos maravilhosos ao lado do filho. No final, ela para, descobre que ainda não está grávida e diz que não vai desistir. Ouso arriscar que foi a primeira vez que as mulheres que sonham em se tornar mães foram lembradas nesta data. Minha mãe se identificou muito. Durante muito tempo, ela tentou engravidar, fez tratamentos, mas não conseguia. Até que depois de alguns ano, eu apareci. Fica a homenagem para a coragem e perseverança dessas mulheres.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Confusão de sentimentos

Imagem: http://i.olhares.com/data/big/61/610100.jpg


Em uma das conversas com a minha mãe, surgiu um assunto que gera bastante discussão. Como funciona e aparece o amor materno? Aquela dedicação total, cuidado, zelo. Quando estamos grávidas, normalmente conversamos muito com nosso bebê, desabafamos, já sentimos algo forte por ele. Mas nossa conclusão foi que o amor maior de mãe mesmo é cultivado diariamente. Nos primeiros dias, a gente vai criando ainda mais afeição, carinho, ternura... essa explosão do sentimento acontece um dia após o outro.

Não acredito muito nessa história de que todas as mulheres nascem com o olhar materno. Isso é aprendido e desenvolvido durante a vida. O sentimento fica, sim, muito maior do que poderíamos sequer imaginar. Lembrei disso porque estava dando uma olhada nas notícias do dia até me deparar com a análise de uma psicóloga em relação aos tristes sentimentos que as mães, que tiveram seus filhos trocados, experimentaram.

Cada uma, a seu modo, criou, amou, educou, o filho. Mostrou o melhor de si até que um belo dia descobre-se que o seu sangue está em uma criança na casa de outra pessoa. Já parou para imaginar como deve ser confuso o sentimento de amar muito quem está contigo e acabar conhecendo o filho do seu sangue depois de um ano, sendo que as outras pessoas esperam que você o ame também? Mães e crianças estão sofrendo muito com essa transição. Não podia deixar de compartilhar esse texto com vocês.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Brechó infantil

Sempre me disseram que as roupas deixam de servir nas crianças de uma hora para outra. Aí, não tem jeito, elas perdem muitas roupas mesmo. Ganhamos muitas roupinhas, o carrinho e bebê-conforto que eram de outras crianças e estavam novinhos. Afinal, não dá tempo de usar muito, né? Esses dias eu separei diversas pecinhas que não serviam mais na Sarah e dei. Eu prefiro dar as coisas, mas fiquei sabendo de um brechó e loja de ponta de estoque de artigos infantis lá na Vila Mariana, próximo ao metrô Ana Rosa. Mesmo para quem costuma dar e não vender, Xereta é uma ótima opção para encontrar produtos semi-novos a preços bem mais baratos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Alguns valores


Imagem: http://www.nadialopes2.blogger.com.br/maos%20dadas.JPG

Finalmente hoje terminei de ler o livro indicado no post anterior. Ando meio pensativa esses dias. Tenho certeza que não jeito certo e padrão de criarmos nossos filhos, mas tem certas atitudes que me fazem pensar... Penso muito em que exemplos, valores, sentimentos deixarei para a Sarah. Todos os dias faço um esforço para trazer para ela atitudes positivas, incentivo às tentativas, momentos de carinho, afeto e doçura. É difícil. Sei que chegamos cansados do trabalho, do trânsito, das noites sem dormir, mas cada esforço vale à pena.

Tentamos nos preparar para as dúvidas que viram – e serão muitas. Tanto nossas quanto deles. E será que vai haver resposta para cada pergunta? Até não encontramos as nossas próprias respostas. O importante é que não se reprima a curiosidade. Aquela vontade que nosso pequeno tem de passar a mão nos tecidos, sentir o gosto do brinquedo na boca, o cheio da mãe mesmo depois de trabalhar o dia todo... Essa curiosidade merece ser aguçada.

O que também não quer dizer que deixemos as crianças fazerem o que quiserem, falarem no tom que quiserem e que os outros sejam obrigados a entender e encarar numa boa. Não é porque é nosso filho que todos são obrigados a achar cada atitude maravilhosa, mesmo quando não existe respeito à casa do outro, ao espaço do outro. Enfim, não era disso que queria falar exatamente.

Continuando o raciocínio lá de cima, lembrei de um blog, que até está no nossos favoritos, que é o Para Francisco. A blogueira é a Cris Guerra que viveu um grande amor, engravidou e aos sete meses teve uma perda enorme: o pai de Francisco, seu filho lindo, teve uma morte súbita. Ela teve que lidar com a sensação de perda e, ao mesmo tempo, completude, porque pouco tempo depois veio o pequeno trazer cor para o seu mundo.

Descobri esse site quando estava grávida, li post por post. Ela conta de forma tão delicada sua história e sensações, que não tem como não se emocionar. É como um diário, em que a cada relato apresenta um pouquinho dela mesma e do pai para Francisco. Vale à pena ver como eles viveram esse amor e como ela cuida para que o pequeno Cisco descubra alegria todos os dias da vida.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Lição de vida


Aproveitamos para comemorar meu aniversário e o Dia das Mães. A Sarah e o Gilson me deram um porta-retrato com a foto da Sá e dizendo o que significava para ela. Meus olhos ficaram marejados. É inacreditável como o Gil sempre pensa nos detalhes delicados. Não digo que esse foi o meu primeiro dia das mães porque no ano passado ela já estava comigo. Mas foi o primeiro com o abraço, o cheiro, o beijinho, os sons dela.

Neste fim de semana, comecei a ler um livro que me fez pensar em muitas coisas. A leitura é rápida, embora o tema seja forte. Uma verdadeira lição de vida. Trata-se de Tantos dias: Memórias de uma luta pela vida (ed. Globo), relato do jornalista Marco Uchôa que lutou durante alguns anos contra o câncer, e da também jornalista Anna Costa, sua esposa, que deu seu olhar bem particular sobre tudo que a família enfrentou durante esse tempo.

Infelizmente, Marco não está mais por aqui, mas deixa sua marca, sua grande contribuição e olhar sobre a vida. O casal conta como fez para tornar a vida mais leve, mesmo diante de tanta dificuldade. A Rê Rossi ajudou a transcrever os escritos de Marco. Só para vocês terem uma ideia, vou contar brevemente uma das histórias. Quando Marco perdeu os fios de cabelo, momento do ápice do tratamento e marcado por sua intensidade, ele e Anna decidiram comprar uma peruca black power para mostrarem ao filho deles, então com seis anos, o lado divertido e descontraído da vida. O que poderia ser triste foi transformado em grandes risadas.

sábado, 8 de maio de 2010

Primeiras palavras

Imagem:  http://www.palavrasiluminadas.com/wp-content/uploads/2008/03/letras1.jpg

Nada melhor neste mundo do que chegar de um dia cheio de trabalho, encontrar a nossa casa cheia de alegria. Isso tem sido rotina na minha vida. Ainda bem! E ontem eu tive uma surpresa tão doce... Estava brincando com a Sarah. Era umas 20h. Então, no meio da brincadeira era pronunciou sua primeira palavrinha: “papai”. Falou certinho, tão fofa!

O Gil estava na faculdade. Eu imediatamente liguei para ele para contar. Ele ficou super feliz, nem acreditava que a Sá já tinha dito a primeira palavra. Quando fui preparar as coisas para o banho dela, ela me chamou. Nesta hora, falou “mamã” para me chamar. Fiquei tão orgulhosa da minha pequena. Vê-la se desenvolvendo dia a dia não tem preço!

A Sarah já emitia sons deste bem pequena. Ela tinha poucos meses - não lembro com exatidão - quando começou a balbuciar. Hoje li uma reportagem que escrevi há uns dois anos sobre o desenvolvimento motor e cognitivo dos bebês. A Sarah ainda nem estava por aqui. Lá dizia que nesta fase, entre os oito meses e um ano, o bebê começa a dar significado as coisas. Já identifica quando você pede para mandar beijos, por exemplo. Claro que cada um tem seu ritmo...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Escolhas do bebê, da mãe (e médico)



Foto: http://aaimaging.com/2009/04/portraits-and-maternity.html

Ultimamente tenho ouvido muitas histórias de mães que queriam ter seus filhos por parto normal, mas na “hora H” o parto foi cesáreo. Isso aconteceu com a Rê de Salvi, que travou um embate com seu obstetra. O mesmo com a Paula, minha cunhada e a Nathália, uma colega de trabalho.



Hoje eu li uma matéria que comprova – com número contundentes – o aumento das cesáreas no Brasil: são mais de 50% dos nascimentos, enquanto o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é 15%.



Certa vez entrevistei um médico, o doutor Marco Antonio Lenci, que enumerou vários motivos para o aumento das cesáreas no país. Um dos mais absurdos para mim foi comodidade para pais e médicos. Escolher a data, a hora, me parece tão contra a natureza. No fim da conversa ele, que é defensor do parto normal, disse que o melhor parto é aquele em que a mãe e o bebê saem bem. E é isso mesmo. Na natureza, as coisas nem sempre acontecem como gostaríamos.  

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Melhor presente da vida


Foto: Arquivo Pessoal

Quando era mais nova, dava grande importância ao meu aniversário. Quem não me ligava ou me dava parabéns corria o risco de não ter minha atenção durante dias. Depois passava. Coisa de adolescente. Com o passar dos anos, passei a não ligar tanto para aniversário. Tenho uma teoria de que a pessoa se obriga a ser muito feliz, simpática e sorridente no dia de comemoração, mas depois passa o resto do ano se lamentando e muitas vezes sendo grosseira com os outros.

Por isso, decidi que tentaria manter a alegria todos os dias. É claro que nem sempre é possível. Não tenho sangue de barata. Fiz aniversário esta semana. E posso falar que embora tenha trabalhado o dia todo e à noite, foi o melhor da minha vida. Ao acordar, me deparei com o maior sorriso de todos e ganhei um beijo. A Sarah já está mandando beijinhos para todo mundo. Tive a certeza que ali estava o maior presente da vida toda. Não precisaria de mais nada.

É ali que encontro alegria, força, coragem e sabedoria. Aquela pequena pessoa me ensina todos os dias que não adianta ter mau humor, reclamar ou me isolar. Ela me mostra que é possível chegar onde deseja e, para isso, basta ser persistente, pedir sabedoria e ter paciência. Isso tudo sem dizer uma palavra.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Adolescência hi-tech



Vejo vários artigos sobre os benefícios e desvantagens da era da informação. Usar a internet significa abrir os olhos para outro mundo, o do conhecimento, curiosidade e formas de interação. Mas também – infelizmente – trata-se de abrir a visão para o mundo criminoso e prejudicial aos nossos filhos dentro da nossa própria casa. Fiquei espantada com uma reportagem do portal Globo, que traz uma breve explicação sobre um novo fenômeno entre adolescentes, o sexting - palavra que deriva de sex (sexo) e text (textos). Ninguém tem uma fórmula pronta de como permitir que nossos filhos participem de forma saudável dos benefícios da internet. Porque mesmo que fiquemos de olho, às vezes no escapa, não existe controle. E quando se trata de adolescência, é necessário ter um cuidado ainda maior na maneira de se relacionar com eles.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Evolução em família

Este fim de semana foi particularmente corrido. Fizemos o batizado da Sarah na igreja católica no domingo. Antes de contar as minhas reflexões, vou falar sobre algo que decidimos antes mesmo de ela nascer. Eu não sou católica, embora conheça um pouco a religião, o Gilson, muito menos. Entretanto, acreditamos em Deus e sabemos o quão importante é qualquer ser humano conhecer as coisas a sua volta. Por isso, concordamos em levar a Sarah a ver como funciona cada religião, para que mais tarde ela mesma defina se vai seguir alguma, acreditar em Deus... será democrático.

Os padrinhos foram a Rê Rossi e o Flávio, namorado dela. No sábado, ficamos no curso de batismo durante a tarde. Ao contrário do que imaginei, ninguém quis nos doutrinar. Seu Luiz e a Emília explicaram um pouco sobre o significado de seguir os ensinamentos de Jesus Cristo, de ser batizado. Algumas vezes me disseram que eu sou mais cristã do que quem vai à igreja. E isso também foi abordado nas duas horas e meia em que ficamos lá. Emília disse que o importante é o que fazemos no nosso dia-a-dia e quais lições ensinamos aos nossos filhos.

É disso que se trata. Para vivermos em sociedade mais justa, o que falta é o amor, respeito pelo próximo, a solidariedade, enxergar o outro, sentir-se pertencendo à comunidade. Mais que isso: dar exemplos de fé, acreditar no futuro e mostrar que é possível ir mais longe quando o caminho é trilhado por todos juntos. Isso tudo é sinônimo de família. Não somente a família de sangue, mas as pessoas que fomos incorporando a ela ao longo da vida.

A Rê e o Flávio foram pessoas escolhidas por nós, pela nossa vida, para seguir junto com a nossa família. Irmãos, pais, primos, tios, avós. São todos eles que ajudam a constituir o caráter, trazer opções e mostrar o afeto para os nossos filhos. Para que eles vivam em harmonia e felizes. E é muito bom conhecer pessoas que acreditam nisso e disseminam a ideia, torcendo para que se torne atitude.

No domingo, o ritual foi super rápido. Passamos por todos os símbolos. Da água ao óleo, para abençoar nossa filha. E depois fomos para casa onde uma mesa cheia de tortas e doces nos esperava. Nós mesmos passamos o dia cozinhando para ter um cardápio diferente. Nisso a internet facilita tanto... Pegamos as receitas na web e fizemos os convidados de cobaia. Foi tudo ok, recebemos até elogios. Depois do balanço do fim de semana, fica a esperança de que crianças, pais e quem estiver à nossa volta propague a cultura da bondade, esperança e afeto.