quarta-feira, 30 de junho de 2010

Caipirinha iniciante


Depois de um tempão sem ir à escola por causa das recaídas da gripe e chiado no peito, Sarah voltou à rotina. E a adaptação, é claro, foi necessária novamente. Quando ela era bem pequenina, logo que voltei da licença-maternidade, dava uma olhadinha na janela de vidro para ver como ela estava. Ficava um tempinho lá escondida sem que ela visse. Havia dias que Sarah já estava “enturmada”. Ficava em seu cantinho com os olhos atentos, espiando os passos dos mais velhos, as músicas cantadas pelas professoras. Outros dias ela chorava compulsivamente como se nunca mais fosse sair de lá, estivesse abandonada. Nessas manhãs, inventava um mantra e falava baixinho comigo mesma que isso era para o nosso bem, o futuro dela, afinal eu precisava – e gostava de – trabalhar.

Poucos meses depois as mudanças são imensas. Nesse retorno à escolinha, em princípio, ela chorava muito. Por mais que as “tias” se esforcem, nada bate o empenho do vovô, que cria músicas, imita os sons dos animais, assiste os desenhos, conversa com ela, vai ao parque e inventa mil e uma brincadeiras. Sempre que volto da editora, Sarah tem uma novidade para me mostrar. E olha que eles aprendem tão rápido! A diferença dessa vez é que a pequena -a seu modo – já aprendeu a interagir, compartilhar brinquedos e se distrair.

Como de costume, na semana passada, fiquei lá no meu canto paradinha observando. Ela ficou de frente ao coleguinha e os dois começaram a mexer com umas peças de montar. Ela chamava, ria para ele. E ele respondia. Fiquei tão emocionada, orgulhosa do crescimento dela, de seu desenvolvimento. Dessa vez, eu que segurei as lágrimas. Na quinta, foi a primeira festa junina da qual ela participou. Vestido dado pela prima mais velha Isabela. E que confesso cheguei a achar que acabaria sem usar. Mas me enganei.

Logo cedo, lá estava ela com os olhos bem abertos, me esperando no berço. Parecia se preparar para a festança. Prendi o cabelo, aqueci com roupas de inverno debaixo do vestido e fiz as três pintinhas em cada bochecha. Quando estávamos a caminho da escolinha, mesmo no frio, desfilavam as crianças orgulhosas de sua roupa e prontas para se divertir o resto do dia. Como Sá está em adaptação, saiu cedinho. Mas o vovô tirou uma foto linda (acima).

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