terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mãe = mulher mil e uma utilidades

Mãe e Filho, de Gustav Klimt

Toda madrugada, lembro que parece que troquei de olhos. Na verdade, mudei o olhar mesmo. E percebo o quanto nossa visão muda com o crescimento dos filhos. Basta pensar:
- Quando os filhos crescem, arrotar e soltar pum são falta de educação. Logo que nascem oramos para que arrotem depois da mamada e soltem pum para que as cólicas fiquem longe;
- Comemoramos cada vez que o cocô não sai verde porque é sinal de bom funcionamento do intestino. Trocamos as fraldas felizes da vida, nem sentimos ânsia;
- Em vez das incansáveis baladas da madrugada, nossas noites são preenchidas com choros para mamar, por causa da cólica e das trocas de fraldas ou mesmo porque o bebê se assustou com os pesadelos;
- Nos tornamos cantoras de primeira linha com um repertório de dar inveja. Afinal, ao ninar os pequenos, precisamos de diversidade e descobrimos uma memória que nunca imaginamos que teríamos;
- Também estrelamos no papel de escritores e compositores. Passamos a criar histórias fantásticas e compor letras de música de dar inveja em qualquer Chico Buarque;
- Aprendemos a dançar como pés de valsa. Isso vem com os malabarismos que temos de fazer para ninar, trocar a fralda e segurar a mamadeira;
- Também ficamos com a nossa audição aguçada. Sabemos cada tom de suspiro, seus significados como o barulho quando está fazendo coco ou a manha que anuncia que vai acordar;
- Viramos massagistas, aprendemos onde devemos tocar para relaxar ou passar a dor.

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