segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Uma dádiva




Da primeira vez que ouvi o coração de Sarah bater tão acelerado, meus olhos se encheram de lágrimas. Meu coração acelerou mais que o dela. E uma mescla de ternura, medo, insegurança e felicidade me invadiu. Ela estava ali, pronta para mudar para sempre a minha vida. Nem precisava olhar para seu rosto, o amor já havia nascido.

Alguns meses depois, no dia 23 de agosto às 6h01, Sarah veio ao mundo. Os bastidores (que contarei amanhã, caso tenhamos a noite maravilhosa de hoje) desapareceram em questão de segundos. Não consegui segura-la assim que saiu do meu ventre. Meu noivo, que assistiu a todo o processo, logo a pegou em seus braços.

Ela estava exausta e já descansava. Ele estava feliz como nunca (vai contar tudo aqui). Eu me emocionava. Depois de me recuperar, levaram minha pequena para os meus braços. Quando vi pela primeira vez aqueles olhos cinzas – ainda sem definição de cor – toda a felicidade do mundo me invadiu.

Sarah me olhava com cumplicidade. Certamente, me reconheceu. Comigo, silenciou e confiou desde o primeiro segundo. Mesmo assim, dei as boas-vindas a ela, me apresentei. Seu pai também conversou com ela. Voz que ela reconhecera também.
Realmente minha vida mudou. E muito. Nossas vidas se transformaram. Foi a primeira vez que os olhos de Sarah se abriram para mim, para o pai e para o mundo. A partir dali, a nossa família estava mais que completa, mais que forte, mais que feliz. Estávamos ali, nós três. E isso bastava.

Um comentário:

  1. Existem momentos inexplicáveis. Momentos que não imaginávamos passar tão cedo. Apesar de tanto planejamento, a vida acaba seguindo o seu próprio rumo. E quem disse que ela não sabe qual é o melhor caminho? Temos que agradecer por tudo, inclusive pelos maiores desafios que passamos. Sem eles seria impossível ser feliz. Sarah, seja bem-vinda ao mundo. Que Deus reserve um pedaço lindo do mundo para você. Beijos

    ResponderExcluir